sábado, 21 de março de 2009

21 de Março

início da Primavera

Dia Mundial da Poesia

Dia da Árvore

Despertar
É um pássaro, é uma rosa,
É o mar que me acorda?
Pássaro ou rosa ou mar,
Tudo é ardor, tudo é amor.
Acordar é ser rosa na rosa,
Canto na ave, água no mar.
Eugénio de Andrade, Poesia e Prosa

MAGNÓLIA
Uma flor.
Uma cor
Acordada.
Uma vida feliz,
Que o diz
Numa voz perfumada.
Miguel Torga, in Poesia Completa

magnoliam

Naquele tempo glicinias
Sob o caramanchão de glicínia lilaz
As abelhas e eu
Tontas de perfume


Lá no alto as abelhas
Doiradas e pequenas
Não se ocupavam de mim
Iam de flor em flor
E cá em baixo eu
Sentada no banco de azulejos
Entre penumbra e luz
Flor e perfume
Tão ávida como as abelhas

Sophia de Mello Breyner Andresen,
Abril, 1998 (poema inédito)

Leia AQUI (entrar como visitante) outros poemas alusivos a este dia e frases acerca da importância da Poesia, escritas por alunos do 10º ano - após o visionamento do filme "O Carteiro de Pablo de Neruda", de Michael Radford - por altura da comemoração do DIA/Mês (Outubro/2008) INTERNACIONAL da BE, em parceria com o Departamento de Línguas.
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connosco outros poemas ou a sua opinião sobre a importância da poesia no dia-a-dia de todos nós.

terça-feira, 17 de março de 2009

Homenagem a António Botto (1897-1959)

Assinalam-se hoje, dia 17 de Março, 50 anos da sua morte.
Literariamente, assinou sempre António Botto (ou Boto, só com um t, na fase derradeira).

Soneto
Se, para possuir o que me é dado,
Tudo perdi e eu própio andei perdido,
Se, para ver o que hoje é realizado,
Cheguei a ser negado e combatido.

Se, para estar agora apaixonado,
Foi necessário andar desiludido,
Alegra-me sentir que fui odiado
Na certeza imortal de ter vencido!

Porque, depois de tantas cicatrizes,
Só se encontra sabor apetecido
Àquilo que nos fez ser infelizes!

E assim cheguei à luz de um pensamento
De que afinal um roseiral florido
Vive de um triste e oculto movimento.

Escritor português, natural de Concavada, Abrantes, e que mais tarde se estabeleceu no bairro de Alfama, em Lisboa. Fernando Pessoa, de quem foi amigo, Gaspar Simões e José Régio escreveram, ao longo dos anos 20 e 30, vários artigos sobre a sua poesia.
Estreou-se, no mundo da literatura, com as colectâneas poéticas Trovas (1917), Cantigas de Saudade (1918) e Cantares (1919), celebrizando-se com a publicação de Canções (1921), que Fernando Pessoa traduziria para inglês em 1930. A segunda edição desta obra, datada de 1922, foi apreendida, tornando-o num poeta maldito. Em 1930 surgiu uma terceira edição que englobava os livros de poemas Motivos de Beleza (1923), Curiosidades Estéticas (1924), Pequenas Esculturas (1925), Olímpiadas (1927) e Dandismo (1928) aos quais, dez anos depois, numa quinta edição, seriam acrescentados Ciúme (1934), Baionetas da Morte (1936), A Vida Que Te Dei (1938) e Os Sonetos (1938), livros entretanto publicados. As obras poéticas O Livro do Povo (1944) e Fátima — Poema do Mundo (1955) permaneceram excluídas de todas estas edições.
A sua poesia caracteriza-se por algum decadentismo, associado à tendência modernista de vivência do quotidiano, pelo sentido do ritmo e a limpidez do estilo. Alguns dos seus melhores momentos poéticos estão nas descrições do quotidiano cinzento do bairro de Alfama ou na celebração da beleza masculina. Para além da poesia, Botto dedicou-se também à ficção, género que dominava com bastante à vontade e do qual se destacam as obras António (1933), Isto Sucedeu Assim (1940), Os Contos de António Botto (histórias para crianças, de 1942) e Ele Que Diga se Eu Minto (1945). Escreveu ainda a peça de teatro, em três actos, Alfama (1933), e colaborou com Fernando Pessoa numa Antologia de Poemas Portugueses Modernos.
in
http://www.astormentas.com/din/biografia.asp?autor=Ant%F3nio+Botto [acedido em 17/03/09]
Biografia mais completa
aqui.

domingo, 8 de março de 2009

8 de Março

no 98º DIA
INTERNACIONAL da MULHER

a nossa selecção:

  • artigo sobre a situação/o poder actual das mulheres, da autoria da Vice-Presidente da Comissão Europeia e da Presidente da Finlândia
  • poemas de escritoras de nacionalidade portuguesa, francesa, angolana, são tomense

veja aqui (entrar como visitante)

hortênsia

sexta-feira, 6 de março de 2009

O Poeta Anthero Monteiro na ESOD

Anthero Monteiro, a Poesia, os Alunos

--- SEMANA DA LEITURA ---

Nos dias 2 e 4 de Março, os alunos dos 7º e 8º anos, bem como professores apreciaram prazeirosamente momentos de poesia propiciados pelo poeta Anthero Monteiro.
Com a colaboração dos alunos e do professor Rafael Tormenta, o poeta leu alguns poemas seus, salientando a importância do papel da leitura na formação de um escritor. Foi envolvendo os alunos no seu percurso como escritor.
Na Workshop para os professores, Anthero Monteiro fez uma apresentação em powerpoint sobre o que é a poesia, como deve ser feita a leitura e treino.
Até 19 deste mês, podem ser adquiridas, na BE/CRE, algumas das suas obras, de que destacamos A Sara Sardapintada, Esta outra Loucura: 50 Poetrix, A Canção de Guerra contra a Guerra, Canto de Encantos e de Desencantos, títulos da Corpus Editora. Salientamos, igualmente, o seu blogue A Praça da Poesia, amplo divulgador de poesia. Deixamos aqui o convite a que caminhem por lá.
Esta actividade
foi promovida pela BE/CRE, em parceria com o Departamento de Línguas.
Por impossibilidade de datas, inserida também nas actividades desta semana, o 3º Concurso de Leitura decorrerá a 25 de Março, pelas 18:30h, na BE/CRE, destinado a toda a comunidade educativa.

Anthero Monteiro (1946- ) é "Autor de vários livros de poesia. Uma vida a divulgar a poesia e os poetas. Coordenador de vários eventos literários: Quartas Mal-Ditas (Clube Literário do Porto), Onda Poética (Espinho), Quarto Crescente (S. Paio de Oleiros). Participou em muitos outros, como nas Noites do Pinguim, e colabora, há cerca de 10 anos, nas Quartas de Poesia do Púcaro's Bar, também no Porto. Poesia partout, everywhere. Sempre." in http://www.pracadapoesia.blogspot.com/